terça-feira, 25 de novembro de 2014

Os corredores amadores, em média, treinam rápido demais?

Eu acho que sim. E isto é o que diz o Matt Fitzgerald no seu novo livro "80/20 Running: Run Stronger and Race Faster By Training Slower". Não li o livro ainda, somente a amostra da Amazon. Se você comprar e ler, comente aqui. O que li lembrou-me bastante as ideias do Phil Maffetone e do Sock Doc, mas com uma abordagem mais científica (que nem sempre acho uma boa ideia nestes casos).





Ouça aqui um podcast com o Matt Fitzgerald, onde ele explica os principais pontos do livro. A ideia é que, segundo pesquisas de Stephen Seiler, para obter melhor desempenho devemos correr 80% do tempo em ritmo leve (abaixo de 77% da freqüência cardíaca máxima - FCM) e apenas os 20% restantes em ritmo moderado ou forte (acima de 77% da FCM). Para mim, 77% da FCM é, hoje, aproximadamente 144 batimentos por minuto.

Esta tendência a treinar muito mais rápido do que o necessário é o que eu observo também nos ritmos dos meus vários amigos no Linha de Chegada. Quase todo mundo treina mais rápido do que eu, mesmo os que tem tempos abaixo do meu em provas (e tempo em prova para amadores para mim é mais resultado de genética e tempo de corrida do que de treinamento).

Ele diz também que mesmo quem sabe que deve treinar leve acaba treinando mais forte do que necessário pois sem frequencímetro a pessoa treina em ritmo moderado achando que está treinando leve.

Acho que um pouco de psicologia (barata, no que se aplica a mim, que não estudei nada) talvez explique isto. As pessoas talvez queiram sofrer nos treinos. Talvez seja influência daquela ideia errada do No Pain No Gain que já comentei aqui.

Num treino leve você termina pronto para fazer tudo de novo, como diz o Dr. Mark Cucuzzella. Parece que você nem treinou...

"Treine, não Force" (Train, don't strain) era um dos lemas do Arthur Lydiard. Eu assino embaixo.

Atualização:




 

Veja texto e imagem em 10 Reasons Runner’s Don’t Run Easy (Even When They Know They Should)

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Maratona de Nova Iorque - 2 (algumas observações)

Esta foi a minha primeira maratona em que minha família (esposa e filha) estavam me vendo durante o percurso. Elas ficaram no Brooklyn, na esquina da Quarta Avenida com a Rua Quarenta. Pude parar e beijá-las antes de seguir correndo, mais ou menos como aparece nestas fotos.

Mais fotos aqui do site da Runner'sWorld.

Neste link do New York Times tem fotos tiradas no Central Park. O fotógrafo gostou do colorido dos corredores e dos esquisitões. Um cara correu chutando uma bola de futebol. E eu vi (e passei) pelo Dr. Dribble, que corre batendo duas bolas de basquete no chão. Eu já tinha passado pelo Dr. Dribble na Meia Maratona Rock 'n' Roll de Raleigh.

Meu resultado já saiu. Ainda não é oficial, mas não deve mudar muito. Colocação geral: 8.009 entre 50.564.  O tempo médio de todos os corredores foi 4:34:45. O meu foi 3:44:25. Na minha faixa etária foram 5.883 homens, dos quais fui o 1.457. Ou seja, fiquei entre os 25% mais rápidos. Muito longe de Boston, mas bom para mim.

Minha primeira meia foi em 1:48:43 e a segunda em 1:55:42, ou seja, o ritmo foi forte demais no início, para as condições do dia. Eles até mandaram um email avisando mas eu não li:

Aviso de que os ventos seriam fortes no dia da Maratona de Nova Iorque 2014

Soube só depois que os cadeirantes não largaram da ponte. E que teve gente que perdeu o número de peito (que aqui se chama de bib) levado pelo vento. Eu lembro de ter segurado meu número de peito ao cruzar a ponte Verrazano-Narrows.

Algumas estruturas de proteção ao corredor no local da largada (Fort Wadsworth, Staten Island) não foram instaladas. Por conta disso tive mais frio do que o esperado e fiquei andando por umas 2 ou 3 horas antes da largada. Ficava com frio demais quando ficava parado.

Ainda sobre as duas partes da corrida, acho que foi a primeira vez que corri as duas metades de uma maratona em menos de 2 horas.

Fotos de mim estão aqui mas vou pensar muito bem antes de gastar a fortuna que estão pedindo. O pedido mais barato custa 25 dólares!

((Ler relato 1 aqui))

terça-feira, 4 de novembro de 2014

Maratona de Nova Iorque 2014

Fiz a Maratona de Nova Iorque neste domingo. Usei o Inov-8 138 Road XTreme (sem palmilha, o que dá uns 9mm de espessura) que tinha usado nos treinos e nas principais provas antes da Maratona. Senti um pouco de dor na parte da frente do pé no começo da prova (o que provavelmente indica que minha forma está ruim) e senti que comecei a pousar com o calcanhar do meio para o fim.

O legal é que fiz parte de uma experiência com o runScribe http://runscribe.com/ e provavelmente vou ter alguns dados sobre minha forma no site deles.

Terminei em 3:44:25, aquém do meu objetivo mais otimista (3:32) mas 7 minutos e meio melhor do que meu recorde pessoal nesta que foi uma das mais lentas maratonas de NYC dos últimos anos (por conta do vento).

Acho que não me agasalhei bem. Contei que correndo ia esquentar.  Na minha velocidade isto não aconteceu. Quem corre mais lento como eu (8:10 a 9:10 minutos por milha) e é magro, precisa sim de um pouco mais de agasalho. Fui só de short, camiseta, manguito, gorro e luvas.
E que público fantástico. Em quase todo o percurso as pessoas te animam, te incentivam.
Um ponto negativo da prova é o frio que se passa antes e depois da prova. Outro ponto negativo é o tempo que se perde antes da prova (acordei 3:30 para largar 10:05) e depois da prova (caminha-se muito para pegar o metrô depois da prova). Mas faz parte da aventura de participar de uma das maiores maratonas do mundo.

Um fato curioso é que senti bem menos dores depois da prova e nos dois dias seguintes do que nas minhas três maratonas anteriores. Consigo andar quase normalmente e até descer escadas sem tantas dores.
Dispersão após a prova, no Central Park