Indo para Balneário Camboriú no dia da prova
A pior parte da prova foi ter que acordar 1h da madrugada do domingo. Tinha ido dormir às 22h do sábado e a sensação de acordar após ter dormido apenas 3 horas é péssima. Na confusão mental em que estava, não encontrei a passagem de ônibus que já havia comprado (nem o dinheiro que havia reservado para o táxi). Decidi ir assim mesmo e comprar outra passagem. Deu certo e na rodoviária fiquei sabendo que posso trocar a passagem que não usei por dinheiro.
Fui de carro até a rodoviária, deixei o carro no estacionamento e peguei o ônibus das 2h15 da madrugada. Consegui até dormir umas 2 horas no ônibus. Cheguei por volta de 5h35 na Rodoviária e fiquei esperando o dia clarear. Como o dia não clareou, fui caminhando no escuro mesmo até o Parque Unipraias, onde aconteceu a prova. O problema foi que acabei demorando demais na rodoviária e no final tive que correr um pouco para chegar a tempo de pegar o kit (que estava com meu amigo Heitor Lopes, que também correu a prova) e deixar minha mochila no guarda-volumes.
Por falar na mochila, acho que levei peso demais nela. Estava com medo de me molhar e levei roupa sobressalente demais (para trocar depois da prova). Acabei não usando e o peso extra na mochila me prejudicou (cheguei um pouco cansado para a largada da prova). Machuquei um pouco o quarto dedo (partindo do dedão) do pé esquerdo, acho que foi numa cartilagem que fica entre o dedo e o pé. Ou seja, de acordo com a figura abaixo, entre a falange proximal e o osso do metatarso. Mas nada muito grave, espero. Doeu um pouquinho durante a prova. Está doendo ainda hoje (quinta-feira), o que indica que tenho que repousar. Mas não me atrapalhou tanto.
Lesões têm muitas causas, como foi discutido ontem em Por que o corredor se lesiona? Uma delas com certeza foi o fato de ter feito três provas relativamente fortes em três finais de semana seguidos, todas com recorde pessoal.
Ossos e cartilagens do pé. Fonte: http://www.auladeanatomia.com/osteologia/peosso.htm |
O ideal nesta prova é ir no dia anterior e dormir num hotel. Mas, se não for possível, como foi o meu caso pois tive que trabalhar no sábado à tarde, é sim possível fazê-la saindo de Curitiba de madrugada. Só não pode levar muita coisa na mochila.
A prova
Comecei a prova sentindo o pé um pouco gelado. Estava frio e úmido. Havia chovido. Mas aos poucos fui me soltando.
O começo da prova é chato de tão plano. Por sorte tem a praia ao lado.
Depois chega-se ao Morro da Rainha. O morro nem é tão complicado assim. A diferença entre a base e o topo é de apenas 30 metros. Mas ele é bem inclinado então tive que desacelerar bastante. A descida não é tão inclinada mas ainda assim temos que desacelerar um pouco.
Depois de passar pelo morro tem a parte mais feia da prova, em que não tem praia :) Logo depois chegamos à Praia Brava, em Itajaí. Depois mais um trecho sem praia e voltamos ao morro. Fique assustado. Chegamos rápido demais ao morro :)
Depois de subir e descer o morro (e na volta a inclinação da subida é menor, já a da descida é grande), voltamos ao plano. Nos últimos 6Km estava me sentindo bem e acelerei.
Consegui fazer split negativo, isto é, fiz a segunda metade em menos tempo do que a primeira metade. Fechei em 1 hora, 49 minutos e 38 segundos. Só descobri o tempo ao passar na linha de chegada. Antes disso nem olhei as parciais no relógio. Tinha quase certeza que ia bater meu recorde pessoal descalço na faixa 40-45 (que era de 2h12) então fui sem muita pressão. Mas fiquei muito feliz ao chegar e ver que tinha conseguido sub-1h50.
Minha média de batimentos foi 170 e meu máximo foi 186. Considerando que meu máximo medido é 187, em nenhum momento fui a todo vapor (se o monitor cardíaco fui preciso). Foi um ritmo bom. Não terminei a prova exausto. Poderia ter dado mais. Mas não sei se fazer isso seria saudável.
Conclusão
Meia-maratona é muito bom. Dá aquele gostinho de prova feita e não desgasta como uma Maratona. Quem disse isso não fui eu, mas o Tomaz Lourenço, criador da Revista Contra-Relǵio, que conheci durante a corrida. Ele puxou conversa comigo ao ver que estava descalço, como o funcionário dele, Sérgio Rocha, já fez em algumas provas.
Adolfo, engraçado como cada corredor tem seu ponto de vista em relação a corrida e/ou uma prova. Seu relato faz parecer que a meia maratona foi bem fácil. Parabéns por mais uma prova na conta e o novo rp descalço. Agora é hora de ver esse pé aí...
ResponderExcluirabraço
Helena
correndodebemcomavida.blogspot.com
@Correndodebem
Helena,
ExcluirObrigado.
Pois é, pareceu fácil sim. Quando vi, já estava terminando.
O pé parece já estar melhorando. Corri uma prova hoje e agora está bom.
Abraços,
Adolfo
Legal Adolfo. Desde 2012 tenho como meta essa prova, esse ano não quis ir por ser no mesmo dia da SMELJ, mas se ano que vem cair em um dia bom, estarei lá. Um fato curioso, você falou que o começo é chato, e o que alivia é a praia, mas no meu caso eu já acho chato justamente por ter a praia, por o visual não mudar parece que não estamos progredindo na distância. Sempre que faço esse trajeto gosto mais da parte após o morro da rainha. Na Meia Maratona Ecológica de Camboriú mês que vem, farei exatamente a mesma logística que você usou para chegar até lá.
ResponderExcluirFilipe,
ExcluirEu gosto de ver a praia. Sou de Maceió!
Boa prova em Camboriú. Acho que não irei nesta.
Abraços,
Adolfo
Uma aventura com muito sabor e satisfação :) "Chamado de - são os ossos do oficio" Magoarmo-nos é humano, não somos vidros de cheiro. Excelente descrição. A força de vontade é grande. Muitos parabéns pelas provas. Cumprimentos descalços.
ResponderExcluirObrigado, colega descalço!
ExcluirCadê o suor, as lágrimas? Ganhei até uma vontade maior de fazer uma meia por não ouvir a parte tão ruim da história. Parabéns pela boa prova, apesar dos empecilhos, professor.
ResponderExcluir(runnerhostil.blogspot.com.br)
Runner,
ExcluirObrigado!
Juro que não me pareceu difícil. Treino muito em subidas aqui em Curitiba. Lá em Balneário Camboriú é quase tudo plano!
Além do mais, já foi minha quarta meia este ano.