Impressionante a notícia publicada pelo "Valor Econômico". Warren Buffett, o homem mais rico do mundo, aquele que mais sabe ganhar dinheiro, dá uma dica de ouro aos executivos: invistam na comunicação escrita e oral.
Segundo Buffett, "essa competência tem um enorme retorno, pois aquele que se comunica bem tem um grande impacto para vender e persuadir". O investidor bilionário também faz um alerta: "A importância da comunicação não está sendo devidamente enfatizada nas escolas de negócios".
Observe que Buffett não está afirmando que o executivo (e aqui dá para estender aos profissionais de quase todas as áreas) deva ter talento natural, nem que as escolas de negócio precisam se dedicar a esse ensino, mas sim que chamem a atenção sobre a importância da boa comunicação no mundo corporativo.
Outra informação relevante desse lendário mago das finanças é que "aquele que comunica bem tem um grande impacto para vender e persuadir". Com certeza, esse homem tão inteligente, sagaz e experiente não escolheu esses dois verbos sem motivo.
Buffett sabe que na vida, de uma maneira ou de outra, estamos sempre vendendo, seja um produto, seja uma idéia, seja uma competência. E não há dúvida de que, quanto melhor for a qualidade da comunicação, mais eficiente será o vendedor.
Da mesma forma, o homem dos cifrões é astuto o suficiente para saber que, de maneira geral, no mundo dos negócios mais persuadimos do que convencemos.
Enquanto convencer é levar alguém a agir pelo argumento em si, persuadir é fazer com que uma pessoa tome ou não uma iniciativa sem que esteja necessariamente convencida.
A importância da arte de falar bem no processo de persuasão é fundamental, porque pressupõe que aquele que comunica a mensagem sabe quais são as aspirações e os desejos do interlocutor. E conhecer o ouvinte está na essência do estudo da oratória.
Finalmente, cabe aqui analisar a primeira palavra da sua mensagem - retorno. Nesse caso podemos considerar o retorno tanto para quem sabe se expressar bem, como para organização para a qual o executivo trabalha. Mesmo não sendo possível mensurar o resultado com números exatos, os benefícios são muito evidentes.
Bem, se a boa comunicação é assim tão importante para a carreira do executivo e para os negócios das corporações, como será que esse assunto está sendo tratado em nosso país? Até por vivência profissional posso dizer que o tema não foi negligenciado.
Algumas faculdades e universidades, em alguns de seus cursos especiais, ensinam os executivos a falar com segurança, desembaraço e de forma persuasiva. Assim como Buffett, essas escolas também concluíram que a boa comunicação é importante para a atividade do executivo.
Pessoalmente tenho algumas experiências interessantes. Por exemplo, ministro a matéria "Comunicação Oral" nos cursos de pós-graduação em Gestão Corporativa, na ECA-USP, e "Técnicas de Comunicação" no MBA da Faap. Além de conversas adiantadas para assumir as mesmas matérias nos cursos de pós-graduação da Fecap.
Talvez não seja muito, pois esse tema deveria ser ampliado de forma generalizada. Entretanto, temos de concordar que a iniciativa dessas escolas de ponta é um sinal bastante positivo de que a comunicação está sendo vista como assunto relevante.
As empresas também se dispõem a preparar seus funcionários mais importantes para que desenvolvam uma comunicação de boa qualidade. Basta dizer que mais de 60% dos gerentes e diretores que freqüentam meu curso são financiados pelas empresas onde trabalham.
Cuidado para não se enganar. Não pense que falar bem significa apenas "falar bonito", ou que se trata de uma arte que tem importância apenas nos seus aspectos periféricos.
Saiba que, ao contrário do que alguns imaginam, falar bem é saber explorar de forma competente todo o potencial de comunicação que a pessoa desenvolveu ao longo da vida.
Além de saber aproveitar o que a vida naturalmente proporcionou para o desenvolvimento da comunicação, falar bem é acima de tudo saber ordenar o pensamento, usar a argumentação adequada e as técnicas de persuasão para atingir os objetivos pretendidos.
Assim, aprovar um projeto, vencer uma contenda na mesa de negociação, motivar uma equipe a superar desafios impostos pelo mercado, e tantas outras conquistas que fazem parte das atribuições normais dos executivos dependem essencialmente da qualidade e da eficiência da comunicação.
Por isso se você for executivo, ou estiver se preparando ocupar essa função, ou desenvolve uma profissão liberal, ou esteja em qualquer atividade que exija competência na comunicação, não espere mais para buscar seu aprimoramento. Falar bem é uma atividade que além de ser útil dá muito prazer em qualquer circunstância.
Fonte: http://economia.uol.com.br/planodecarreira/artigos/polito/2008/05/26/ult4385u66.jhtm
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