quarta-feira, 27 de maio de 2009

"As Redes Sociais e o Mercado Consumidor Global", por Ruy de Queiroz


Saiu hoje pela manhã na Gazeta Mercantil (São Paulo) e no Blog de Jamildo (JC Online, Recife): "

As Redes Sociais e o Mercado Consumidor Global

".

(Outros artigos em temas correlatos: nos blogs "Os Ventos da Liberdade" e "Cibersegurança e O Domínio Público".)

Ruy
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ARTIGOS ESPECIAIS

25/05 - 06:40

As Redes Sociais e o Mercado Consumidor Global

São Paulo, 25 de maio de 2009 - Uma pesquisa de mercado recente da Nielsen revelou que as redes sociais na internet foram "o fenômeno do mercado consumidor global de 2008". Dois terços da população da internet mundial visitam uma rede social ou portal de blog e o setor agora representa quase 10% de todo o tempo de internet. A categoria das 'comunidades de membros inscritos', que inclui as redes sociais, ultrapassou e-mail pessoal para se tornar o quarto setor mais popular online no mundo, depois de busca, portais e aplicações de software de PC. Mais importante, a pesquisa revela também que o crescimento em popularidade das redes sociais – e a audiência resultante – é apenas metade da estória. O crescimento assustador na quantidade de tempo que as pessoas estão passando nesses portais está mudando a maneira como as pessoas passam o tempo online e tem ramificações no que diz respeito a como as pessoas se comportam, compartilham e interagem nas suas vidas cotidianas normais. Afinal, o que são essas redes sociais, e qual é seu alcance hoje?

Um serviço de rede social online é um portal da internet que se presta para permitir a convivência à distância, por meio desse 'espaço virtual', de pessoas que compartilham interesses e/ou atividades, ou que estão interessadas em explorar os interesses e atividades de outros. O fato concreto é que tais serviços de rede social têm estimulado novas formas de comunicação, convivência e compartilhamento de informações. Além de correio eletrônico, essas redes oferecem serviços de mensagem instantânea, arquivamento e compartilhamento de fotos, músicas e filmes, formação de grupos de interesse e/ou mobilização, etc.

Os principais tipos de serviços de rede social são aqueles que contêm divisões por categoria (tais como ex-colegas de escola), meios para se conectar com amigos (normalmente com o auxílio de páginas auto-descritivas, i.e., perfis), e um sistema de recomendação associado à confiança. Os métodos mais populares hoje combinam muitas dessas funcionalidades, com Facebook amplamente usada em todo o mundo; MySpace, Twitter e LinkedIn sendo mais utilizadas na América do Norte; Nexopia no Canadá; Bebo, Hi5, MySpace, dol2day (sobretudo na Alemanha), Tagged, XING, e Skyrock em partes da Europa; Orkut e Hi5 na América do Sul e América Central; e Friendster, Multiply, Orkut, Wretch, Xiaonei e Cyworld na Ásia e nas Ilhas do Pacífico. A idéia de que computadores eletronicamente interligados pudessem formar a base de uma interação social mediada por computador já havia sido sugerida no final dos anos 1970 no livro "The Network Nation" de S. Roxanne Hiltz e Murray Turoff (Addison-Wesley, 1978). O prefácio, escrito por Suzanne Keller, começava assim: "Após ter por tanto tempo ouvido sobre a frieza e a impersonalidade do computador, aqui está um livro que propõe exatamente a tese oposta, a saber, que computadores podem se tornar a fonte de uma nova e especial forma de comunidade humana." Muitas foram as tentativas de levar a idéia a bom termo, desde a Usenet, a ARPANET, a LISTSERV, até os chamados "bulletin board services" (BBS). Os primeiros portais de redes sociais começaram sob a forma de comunidades online tais como "The WELL" (1985), Theglobe.com (1994), Geocities (1994) e Tripod (1995). Há quem diga que um dos primeiros portais preparados especificamente para o relacionamento entre pessoas no plano internacional foi o Classmates.com, que iniciou suas operações em 1995. Seguiram outros como SixDegrees, BlackPlanet, e Youthstream. À época, o foco se concentrava em prover salas de bate-papo ("chat"), e o compartilhamento de informações pessoais se dava através de ferramentas de publicação de páginas pessoais que vieram a se transformar em precursoras do fenômeno do blog (abreviação de "web log"). O advento do formato MP3 a partir de 1994, e do 'streaming' de video, além do aumento do acesso à banda larga, permitiu que o computador se tornasse uma mídia mais fácil de usar, com uma capacidade quase total de manipulação: música, correio, telefone, informação, tudo passou a aparecer num mesmo local – a tela do computador.

Porém foi somente entre 2002 e 2004 que apareceram os grandes atores nesse cenário, e que fincaram de vez o conceito de rede social no ciberespaço: primeiramente a Friendster (que a Google tentou adquirir em 2003), depois a MySpace, a Bebo, e a Facebook, esta última somente abrindo amplamente a participação (que até então se restringia a estudantes universitários americanos) a partir de 2006, ocasião em que também abriu a possibilidade de incorporar aplicativos desenvolvidos por terceiros (os chamados "add-on"s). Alguns desses aplicativos permitiram a montagem do grafo de relações da rede social do próprio usuário, dessa forma ligando redes sociais ao chamado "networking" social. (...) (leia mais)





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